Fatores a considerar na migração para a nuvem

A transição do modelo tradicional de armazenamento de dados em ambiente local para a nuvem é um dos efeitos colaterais da atualidade. Dos disquetes às pastas compartilhadas de modo totalmente remoto há uma longa jornada repleta de transformações.

Se antes os arquivos tinham quase uma localização em ambiente físico, hoje em dia muitos desses lugares são apenas virtuais. Essa mudança de hábitos gradual nos trouxe para o atual momento de armazenar quase tudo em servidores remotos, bastando uma conexão com a internet para ter acesso aos dados.

A praticidade e o benefício de ter esses dados ao alcance das mãos, em diferentes dispositivos, certamente são bons motivos para as empresas optarem pela migração, deixando para trás o modelo tradicional e apostando na computação em nuvem – ou cloud computing.  Mas o que é importante considerar nessa jornada para a nuvem?

  • Avaliar a estrutura: cada organização demanda necessidades gerais e necessidades específicas em relação ao fluxo de trabalho. É fundamental avaliar, junto ao setor de Tecnologia da Informação, a estrutura que cada modelo de computação em nuvem oferece em relação aos pontos críticos que a empresa possui.
  • Funcionalidades diferentes: utilizando como exemplo o armazenamento em nuvem da Microsoft e em nuvem do Google, ambos têm características e funcionalidades distintas para salvar arquivos, realizar reuniões remotas, procurar pastas, vincular compromissos na agenda, etc. Cada modelo atende às mesmas necessidades de maneiras diferentes, sendo fundamental fazer esse levantamento antes de iniciar a migração.
  • Interoperacionalidade complexa: o ponto-chave de discussão é compreender que não existe compatibilidade entre nuvens diferentes. Ou seja, uma vez escolhido um modelo, a intercomunicação operacional entre o modelo escolhido e outro é muito complicada. Para migrar dados salvos na nuvem da Microsoft para o Google, e vice-versa, é necessário planejar muitas questões, como o uso do Teams x Hangouts, a migração de agendas e de tarefas, além de outras aplicações de cada uma dessas plataformas.
  • Gestão interna da empresa: partindo do princípio de que as plataformas não têm compatibilidade, é fundamental que a gestão interna da empresa esteja totalmente alinhada ao modelo escolhido. Treinamentos com a equipe, gestores e TI auxiliam na conscientização do melhor uso da computação em nuvem, evitando perdas de arquivos e de dados por imperícia. A responsabilidade coletiva é o melhor caminho.
  • Sincronização e backup: como o armazenamento é centralizado na nuvem, os arquivos ficam disponíveis para acesso por meio de diversos dispositivos, porém, o servidor não cria cópias desses arquivos. Serviços de armazenamento em nuvem não possuem rotinas de backup com tempo de retenção e histórico de backups que possam ser configurados pelo administrador, então é conveniente adquirir um serviço adicional de backup como mecanismo de segurança e precaução contra perdas, protegendo os dados de maneira mais eficaz.
  • LGPD: importante atentar-se à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais acerca da retenção do prazo necessário para o produto ou serviço oferecido pela empresa. Prazos descritos em contrato para manter informações precisam ser respeitados. Se um documento salvo em pasta na nuvem for excluído (e estiver sincronizado) isso compromete a recuperação desse documento em caso de contestação futura.
  • Custos: armazenar dados na nuvem é mais caro que soluções locais de armazenamento no longo prazo e na maioria das vezes há custos que não são explicados antes da contratação, como backup, segurança, controles de acessos, proteção contra vazamento de dados (DLP), etc. Esses custos adicionais também devem ser considerados no projeto de migração.

Portanto, a questão é analisar em detalhes o que cada serviço oferece e refletir sobre as expectativas da empresa. A melhor escolha será a que melhor atender aos objetivos com menores chances de prejuízo. Importante levar em conta que, em muitos cenários, os benefícios da migração para a nuvem podem não superar seus custos ou riscos. É essencial que os gestores da empresa tenham consciência do processo que envolve a migração, suas vantagens e suas consequências, pois a jornada para a nuvem é um caminho cuja volta pode dar dor de cabeça, e por isso deve ser planejado e executado com segurança.

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